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Amanhã é celebrado mundialmente o Dia da Mulher. Com M maiúsculo, como convém.

Aí começa o busílis da coisa... pergunto-me porque como mulheres sentimos necessidade de celebrar como se esse fosse o único dia, dos 365 do ano, em que finalmente podemos ser mulheres e fazer todas as coisas que nunca faríamos se não houvesse esse dia?

Avancemos neste post que a vida são dois dias e o Carnaval foram 3.

Nas minhas aulas de História da Humanidade, gosto de referir que nem sempre o papel da mulher foi tão pequenino como nos quiseram fazer passar desde a Idade Média.
Basta investigar um bocadinho  e percebemos que houveram povos, a que chamamos bárbaros, onde o papel social nada tinha a ver com o género, mas sim com as capacidades de cada um.

Assim, tão depressa se podiam encontrar mulheres como homens a ficar para trás, nas comunidades enquanto os guerreiros partiam para conquistar novos territórios.

O que parece surpreender todos os meus alunos é que existissem mulheres entre os guerreiros e que muitas delas eram mais perigosas que a maioria dos homens. Como assim mulheres guerreiras? Então mas a s'tora está a tentar uma mudança de paradigma?

Isto é o que me surpreende a mim.

Surpreende-me que nos dias de hoje ainda não se reconheça que a força não é inimiga da sensibilidade e que a feminilidade e o espírito guerreiro não são antagónicos.
Todos os dias sou testemunha de mulheres que se suplantam em todas as áreas das suas vidas, que equilibram no ar todas as bolas que lhes são atiradas e o fazem com elegância, como se não custasse e ainda mantêm aquele sorriso de quem sabe um segredo.

Neste mundo em que, vão-me perdoar os homens da minha vida, ainda são os homens que dominam, somos nós mulheres quem mais culpa tem disso mesmo!

Porque somos as primeiras a apontar o dedo. Somos as primeiras a criticar. Somos as primeiras a fazer o jogo de parecer bonitinhas e singelas para não ferir susceptibilidades, para que gostem de nós, para sermos as boazinhas.

Como comentava há dias, eu não quero um príncipe encantado, nem sequer um rei ao meu lado. Não preciso, muito obrigada. Porque gosto de sentir que sou uma das guerreiras.

Quem eu quero ao meu lado, é quem quiser estar ao meu lado em pé de igualdade. E isso... sim, agradeço todos os dias por ter.

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